- O que representa para ti receberem este prémio aRi[t]mar?
- Eu acredito que representa o resultado de uma relação que se foi fortalecendo com a Galiza desde a minha participação em diferentes eventos em 2018, nomeadamente o festival Alguién que Respira no Teatro Principal de Santiago de Compostela, no evento Os Três Tempos da Poesia, Música, Pintura, Baile no Verbum Museum em Vigo, e, finalmente o Festival Feminista 85C também em Vigo. Penso que a minha nomeação parte dessa relação de familiaridade que permitiu que a minha poesia fosse ouvida e lida por um público galego sempre muito interessado e acolhedor.
- Por que achas que o público gostou tanto de “Liberdade mais cruel”?
- O poema Liberdade mais cruel é muito visceral, e não são muitos os meus poemas que vêm desse lugar flagrante da inquietude, do desequilíbrio, da assumpção das feridas, das fragilidades mais profundas escancaradas literalmente, e acho que o público talvez tenha gostado dessa sinceridade, não sei...
- Qual acha que é a situação atual da poesia em Portugal?
- Acho que a poesia contemporânea portuguesa se encontra num momento muito rico na sua versatilidade, diversidade de estilos, géneros e vozes. Estou mais atenta à escrita de mulheres e tem sido um enorme prazer acompanhar poetas/escritoras como a Gisela Casimiro, a Matilde Campilho, a Judite Canha Fernandes, entre outras.
- Que vais oferecer na gala aRi[t]mar?
- Espero que a gala aRi[t]mar seja uma oportunidade de troca e celebração daqueles e daquelas que se constroem, contemplam e lutam com palavras e que sirva para que sigamos o caminho com mais confiança e seriedade. E nesse sentido, resta-me oferecer poesia, sorrisos e gratidão.